A Síndrome de Rokitansky
Emocionalmente a menina fica muito abalada, auto estima baixa, sente-se totalmente diferente das amigas. Muitas acabam se isolando e chegando a depressão.
Postado dia 14/12/2015 às 00:00 por Rose Villela
Rokitansky… Você sabe o que é isso?
Pois bem, a adolescência é um período que vem acompanhado da puberdade, fase de várias descobertas, dentre elas a sexualidade é bem marcante, pois todo o corpo está em transformação, os hormônios enlouquecidos…Nos meninos os pelo aparecem, a voz começa a mudar, a polução noturna que insiste em lambuzar os sonhos eróticos e fantasias da moçada, começa a definir a orientação sexual, se o desejo direciona para o mesmo sexo ou o oposto e as vezes para os dois…
Nas meninas os pelos, também, aparecem, os seios começam a desenvolver, o quadril arredonda, uma pulsação entre as pernas, um “roça roça” no ursinho de pelúcia, que agora tem outra função e o sangramento mensal que a partir de agora vai fazer parte da vida até a menopausa, sinal que o corpo já se prepara para engravidar…além, de todo significado de ficar “mocinha”, de marcar a fase de transição, de não ser mais criança.
Passar por tudo isso e a tão esperada menstruação não vem… todas as amigas já menstruaram e “ela” não. Veem os questionamentos: “o que está acontecendo comigo?”
Inicia a busca pela resposta. Depois de passar por inúmeras consultas e vários exames vem o diagnóstico: SINDROME DE ROKITANSKY, o mundo desaba, a primeira coisa que vem a mente é: “por justo comigo, e agora não poderei ter filho, será que um dia poderei transar?” A culpa dilacerando o coração da mãe: “o que será que fiz de errado?”
Pois bem, vamos esclarecer o que vem a ser a Síndrome de Rokitansky
Apesar de ser considerada rara, afetar cerca de 1 para cada 4000 mil mulheres, não deixa de ser um problema serio para quem a tem, pois a menina não poderá gerar filhos e nem manter relação sexual por penetração, pois não possui canal vaginal e nem útero e quando possui é de forma rudimentar, ou seja, muito pequeno. O desenvolvimento dos órgãos genitais externos, não apresentam nenhuma anomalia, assim como os ovários funcionam normalmente, eis o motivo de se descobrir o problema apenas na puberdade, período que deveria ocorrer a menarca/primeira menstruação. Até hoje, não se sabe ao certo o motivo para a síndrome ocorrer.
Emocionalmente a menina fica muito abalada, auto estima baixa, sente-se totalmente diferente das amigas. Muitas acabam se isolando e chegando a depressão.
O mais importante é saber que é uma síndrome que tem solução. Pode-se reconstruir o canal vaginal, ou por cirurgia, na qual cava-se um canal vaginal e a menina terá que utilizar um molde até a cicatrização, ou com dilatadores (neste caso, precisará de muita disciplina, para introduzir gradativamente vários tamanhos até criar um canal). Depois de ter passado pelo processo seja cirúrgico ou com dilatadores, pode-se ter relação sexual com penetração normalmente.
Quero deixar bem claro que neste texto especificamente, não estou falando de orientação sexual, varias meninas, mesmo homossexuais relatam a importância de ter um canal vaginal, mesmo que este não seja usado para receber um pênis. Pois o único motivo da reconstrução é para que seja usado nas relações sexuais.
As sensações/excitações e orgasmo são preservadas, mesmo antes da cirurgia, pois a parte mais sensível é o clitóris.
A maior limitação e preocupação dessas meninas é com relação a gestação, embora atualmente já tem alguns experimentos com transplante de útero e sucesso com a gestação. Mas, o que muitas delas recorrem é barriga de aluguel, conheço alguns casos que a própria mãe gerou o bebê para a filha, neste caso, retira o óvulo da mulher que tem a síndrome e o esperma do parceiro, faz a fecundação in vitro e introduz no útero para gerar.
No mais…vida normal, estudar, namorar, trabalhar, beijar, gozar de várias formas, viver a vida e ser feliz
O apoio dos pais e acompanhamento psicológico são fundamentais para superar este problema.