Os filhos acontecem aos poucos
Eu acho, sem falsa modéstia, que sou um pai de sucesso!
Postado dia 12/08/2016 às 10:46 por Wilson ADM
Os filhos acontecem aos poucos na vida da gente. Começam como criaturinhas completamente dependentes e frágeis, e vão ganhando autonomia na medida em que vamos aprendendo juntos a exercer a justa medida entre proteção e desafio, entre rusticidade e conforto, entre companheirismo e paternalismo, para que eles desenvolvam a coragem e o caráter, exercitem a ética, a urbanidade, a humildade sem subserviência, a ausência de preconceitos, e a vontade de fazer diferença no mundo. E depois de um tempo somos nós, os pais, que continuamos a aprender com eles.
Eu acho, sem falsa modéstia, que sou um pai de sucesso! Mas não o seria se não tivesse comigo a Leila, com quem compartilhei o desafio de criar seres humanos “do bem”. E que, cá entre nós, acho que ficou com a parte pesada da coisa!
Em casa nós sempre exercitamos a máxima de que SER é infinitamente mais importante do que TER. E acreditamos que fizemos as escolhas certas ao criá-los, sempre juntos mas nunca aninhados, compartilhando valores e não coisas.
Acompanhar a Carol e a Thais nas aulas e nas apresentações de balé ou ficar preocupado com hipotéticas fraturas ou dentes quebrados da Carol e do Daniel nas provas de tae kwon do faziam parte da rotina dos finais de semana. Além disso, quantos trabalhos de ciências com vulcões, campainhas, maquetes e outras traquitanas foram planejados comigo na parte dos palpites, sendo um pouco professor – e, na maior parte das vezes, me divertindo mais do que eles.
Nas horas de lazer compartilhamos pipas, acampamentos e hoteis-fazenda, um pouco de bicicleta, de vela, de trilhas “selvagens”, sempre com muita palhaçada e pouco de videogame. Pergunte a eles o que são dentes de melão!
Que legal ver o resultado desse caldeirão: meus filhos cresceram e hoje são adultos íntegros e bem resolvidos, e com valores extraordinários. Nossa relação familiar é maravilhosa e intensa. Novos relacionamentos e amigos foram incorporados. Os três fizeram de suas múltiplas paixões artísticas as suas profissões, e se dedicam de corpo e alma a atingir a perfeição naquilo que fazem.
Ainda agora me sinto uma criança grande quando sou requisitado nas minhas habilidades de marceneiro para construir cenários e objetos de cena e para trabalhar como cameraman, iluminador, ou contrarregra.
O legal é que agora sou um auxiliar e não o mestre. Tenho orgulho de sentir que eles são muito melhores do que eu em todos os aspectos.
Como eu sou um inquieto e um curioso de carteirinha, estou aprendendo coisas novas com eles a cada dia e espero continuar assim pelos próximos 40 anos.
Amo vocês “creonças”!
Valter Mello
Cidade: Mogi das Cruzes
Profissão: Empresário no setor logístico e professor universitário
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